O sucesso na arte de cozinhar e a forma espontânea de receber dos mineiros remontam suas raízes e história. O costume, o clima e os produtos de cada região sempre tiveram grande influência na forma de experenciar as delícias de Minas. Do tradicional tropeiro à mais alta cozinha, hoje, a gastronomia mineira é uma das mais ricas, saborosas e apreciadas no mundo.
A mineração determinou os rumos da história de Minas Gerais, e da nossa gastronomia. A febre da mineração não deixava sobrar tempo, e a geografia não permitia muito espaço ao plantio. A dificuldade de acesso e o excessivo controle da Coroa sobre a região tornavam a maioria dos produtos muito escassos e caros.
Essa limitação só estimulou a criatividade e habilidade do mineiro. Milho e mandioca eram os alimentos básicos, completados com o que se obtinha no quintal: hortaliças, temperos, e animais pequenos, como o porco e o frango.
Os índios que aqui viviam contribuíram com suas habilidades na caça e coleta, e no cultivo da mandioca, milho, abóbora e amendoim. Da mandioca, faziam a farinha, o beiju e as bebidas alcoólicas. Com os negros, vieram a banana, o café, a pimenta malagueta e o inhame, além do hábito de consumir caldos.
De suas colônias africanas e asiáticas, os portugueses trouxeram outros vegetais, como a manga, o arroz, a cana-de-açúcar, e o quiabo. De Portugal, vieram a couve, o queijo, o trigo, a cebolinha, o alho e a laranja. Nos temperos, nos trouxeram o gosto pelo sal, além do cravo, erva-doce, canela e alecrim.
A essa diversidade cultural e gastronômica, se juntaram influências de imigrantes italianos, japoneses, alemães, libaneses, ingleses e de várias outras nações que aqui aportaram nos séculos XIX e XX.
E atualmente a gastronomia mineira está entre as melhores do mundo temperada com a saborosa hospitalidade mineira.
Territórios Gastronômicos é um projeto que se traduz nas viagens do chef Eduardo Avelar, um cozinheiro apaixonado pela cultura de seu povo, e na crença de que ela se manifesta, prioritariamente, pela maneira como esse povo se alimenta.
A partir de suas pesquisas, ele dividiu Minas Gerais em cinco territórios, com base nos costumes praticados na região, presença, e utilização dos principais ingredientes, utensílios e outras particularidades culturais. Além das características naturais de cada área, como o clima, o relevo, a vegetação e a hidrografia.
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